never named

minha banda preferida é pretty girls make graves, e eu amo o último álbum deles, the new romance. a começar pelo título, porque o velho romance já deu o que tinha que dar.

meu prazer em ouvir esse disco é de celebração dos milhões de séculos de evolução cognitiva e sensual, das possibilidades sonoras oferecidas pelos instrumentos musicais de hoje, do contexto histórico-cultural que possibilitou algo assim existir.

eu amo as palminhas e os uh-ohs em "something bigger, something brighter", a eletricidade de fato, os versos: "two knucles gone/ bitten from the thumb/ of the digits meant/ to keep us satisfied", que não fazem sentido pra mim mas soam tão bem.

amo os vinte e sete segundos de um único acorde em "the grandmother wolf", e as progressões depois disso, e o baixo sozinho por um instante, e o piano no trecho que parece uma contagem regressiva mas ninguém nunca diria isso.

amo o terreno preparado por "mr. club", sobre o qual "all medicated geniuses" se ergue, e novamente ergue a si mesmo sobre si mesmo, e mais uma vez. amo a bateria inacreditável de nick dewitt. a canção perfeita, literalmente; vou tirar uma tese disso, algum dia.

amo a voz de andrea zollo em "blue lights", que só sai da introdução depois de dois terços de música decorridos. amo as guitarras de "chemical, chemical", o crescendo, a ponte — mermão, imagina isso ao vivo.

amo "the teeth collector", que como canção perfeita também tem vinheta ("7."). amo a guitarra incompreensível, cuja criatividade eu pensava não ser mais possível num instrumento tão cheio de vícios. amo como ela poderia ser sem nenhum esforço um reggae — e a revelação que foi abstrair isso do arranjo. amo os acordes do refrão, e o refrão, as viradas. sinto uns vinte tipos diferentes de euforia.

amo "holy names", beleza etérea, barulho, eco, poesia. amo "the new romance", punk eletrônico, elitismo, pulo e dança.

amo "this is our emergency", guitarra-violino no botão do volume, aquele acorde grave e forte com o qual entra a segunda guitarra. esperança lírica, identificação, rudimentos aleatórios.

amo "a certain cemetery", o timbre irritante, o quarto da vocalista, o teclado da segunda parte — mó esquisita essa música; colocaram uma música mó famosa no meio (e eu não me importo que só uma pessoa no mundo entenda essa observação).

enfim, estou arrebatado.

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chemical, chemical

See the strange boy talking to his shadow He's got a secret to tell His imaginary friend knows everything Don't let him go out He says they won't believe you You don't know what you're talking about

Cause his eyes are always red, can't sleep at night Doesn't feel like being positive all the time Doesn't sit still, doesn't look well Give him something, make it chemical, chemical

You'll feel better when you cannot feel

See the strange girl talking to her shadow She's got a secret to tell Her imaginary friend knows everything Don't let her go out She says they won't believe you You don't know what you're talking about

Doesn't sit still, doesn't look well Give her something, make it chemical, chemical

You'll get used to cranial niches Smoothes out neural-transmitted glitches You'll feel better when you cannot feel

We'll have such a fabulous time Almost imitate a normal life You'll feel better when you cannot feel

You'll feel better when you cannot feel

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o maior crime da história da música é aquele fade-out na versão de estúdio de "little wing" — justo quando fica tão bom que poderia durar pra sempre. mas foi pra isso que deus inventou o repeat.

update: eu pesquisei no google e um cara sugere algo interessante: talvez seja um efeito intencional. o final repentino "nos deixa com a mesma sensação de desejo [um desejo melancólico, ou uma saudade que não reside na memória, mas na imaginação; longing é a palavra utilizada] que hendrix expressa na letra". a propósito, me ocorreu hoje que a letra pode ser interpretada como uma visão personificada da arte, delineando sua relação com o espírito dos homens. o certo é que jimi hendrix consegue musicalmente, nesses dois minutos e pouquinho, transmitir uma intensidade emocional da qual a maioria dos músicos não chega perto nem em todas suas carreiras.

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o mais obsceno a respeito dos "indies" é que eles são apenas outra faceta da sociedade de massa. a música alternativa foi um refresco pra quem desejava negar o mainstream; só não percebíamos que mesmo esse sentimento de oposição nos é comercializado. sei lá, o mp3 infelizmente não parece estar transformando a relação entre as pessoas e a música em algo menos mercantil. consumir é viver etc.

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eu queria ver a pj harvey. =(

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lost highway

I'm a rolling stone, all alone and lost For a life of sin I have paid the cost When I pass by all the people say Just another guy on the lost highway

Just a deck of cards and a jug of wine And a woman's lies makes a life like mine Oh the day we met I went astray I started rolling down that lost highway

I was just a lad, nearly twenty-two Neither good nor bad, just a kid like you And now I'm lost, too late to pray Lord, I've paid the cost on the lost highway

Now, boys, don't start to rambling round On this road of sin or you're sorrow bound Take my advice or you'll curse the day You started rollin' down that lost highway

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she thinks i still care

Just because I asked a friend about her Just because I spoke her name somewhere Just because I rang her number by mistake today She thinks I still care

Just because I haunt the same old places Where the memory of her lingers everywhere Just because I'm not the happy guy I used to be She thinks I still care

But if she's happy thinking I still need her Then let that silly notion bring her cheer Oh how could she ever be so foolish Oh where would she get such an idea

Just because I asked a friend about her Just because I spoke her name somewhere Just because I saw her then went all to pieces She thinks I still care She thinks I still care

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alpha beta psychedelic funkin'

aí, dia 20 de outubro, Chemical Brothers em SP!

quem vai, quem vai?!

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when you finally thrown up your hands poured your heart out, yet nothing stands it seems our efforts are wasted but yet it hasn't been in vain

unfulfillment is killing you seems like no one shares the same view we may have never met but it might be you who pulls me through

stand up so i can see you shout out so i can hear you reach out so i can touch you this is our emergency

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